A entrevista foi feita com Thiago Honório, graduado em Design Gráfico pelo Centro Universitário Belas Artes, em 2007. Fez também técnico em Design Gráfico na ETE José Rocha Mendes. Thiago trabalha na agência A1. Brasil, na área de internet.
http://www.thiagohonorio.com/
Q1. Por qual motivo você escolheu a profissão de designer?
Eu acho que fui escolhido, eu comecei a trabalhar como "web designer" muito jovem, com 15 anos. Na primeira empresa onde trabalhei fui aconselhado a fazer um curso de desenho e redescobri uma paixão, comecei a estudar e vi que precisava ir além do traço, que precisava de teoria pra chegar a uma direção de arte.
Q2. Ao longo da sua formação você chegou a refletir sobre o lugar do design dentro da sociedade? E hoje, você ainda reflete sobre isso?
Ah sim, claro. Durante o curso técnico de Design Gráfico fui apresentado ao grande leque de aplicações do design nessa área e nos 2 primeiros anos da faculdade tive contato com alguns processos do design de produto. Design está em tudo é a conclusão que eu chego toda vez que reflito sobre o assunto.
Q3. Quais são as qualidades essenciais para um bom designer?
Curiosidade e prática. Praticar design é uma tarefa dificil, estar a par das novas técnicas, tecnologias e necessidades do mercado e estar pronto para atendê-las é resultado dessas duas qualidades do meu ponto de vista.
Q4. Comparando as diferenças do design de hoje com os de apenas alguns anos e até de algumas décadas atrás, que mudanças positivas e negativas ocorreram nessa área?
Bom, eu não tenho décadas no mercado ainda, mas posso falar pelo que estudei. Acho que as principais mudanças se deram no suporte, no desenvolvimento da tecnologia. Tanto para o mercado gráfico quanto para o de produto. Impressões mais rápidas, materiais mais resistentes e que atendem a novas necessidades por exemplo. Negativo talvez seja a facilidade e banalização de "ser designer" e a falta de tato, de trabalho manual.
Q5. O que mais lhe incomoda e mais agrada no design atual?
No mercado de design? Eu acho que me incomoda essa banalização que citei e me agrada ver o crescimento do mercado, novas possíbilidades para os profissionais da área.
Q6. Qual a sua expectativa para o design de amanhã?
Eu acho que as tecnologias vão ditar novos padrões e o "traço" vai ser um diferencial. O mercado de luxo tem crescido muito e acho que esse é um espaço para o designer com um perfil mais "artístico" mas acho que a grande maioria deve se ater as novidades do mercado. Na minha área, internet, mesmo os que tem o perfil artista deve estar atento a tecnologia, inclusive o que não diz respeito a design. É como um designer de automóveis, que deve - na minha opinião - entender de todo o processo de fabricação, de mecanica, de materiais etc.
Q7. Para você, o que é design hoje?
É engraçado pensar na amplitude como o termo vem sendo usado. Não é raro encontrar "Hair Designers" pelas ruas, mas esses são designer que eu não acredito.Para dizer designer em espanhol usa-se desiñador, em inglês design é usado muitas vezes como projeto. Pra mim design é(espero que hoje, como ontem e amanhã) projeto, como você desenha toda uma expectativa em cima de um produto. Como você projeta essa expectativa e transforma em cores, formas, conforto, adequação etc.
Valdecir Xavier
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Um comentário:
Nesta entrevista fala-se de design usando em grande medida o aparato conceitual e a terminologia do marketing, do atendimento do "mercado". Ficam perguntas: o design deve se aliar ao marketing? Que tipo de relação que deve existir entre as duas áreas?
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